Como Explicar o Alzheimer para Crianças
- 8 de março de 2017
- Posted by: Alzheimer360
- Category: Dicas e Cuidados
Se a doença de Alzheimer já é delicada de ser explicada para os adultos próximos ao idoso, quando se trata de falar com as crianças é importante ter alguns cuidados específicos.
Não é simples para uma criança entender por que agora o vovô precisa de tantos cuidados, por que ele repete tantas vezes a mesma coisa ou por que não se lembra mais do neto.
Apesar de não ser uma tarefa fácil explicar Alzheimer para as crianças, existem formas de simplificar e conseguir fazê-las compreender.
Como e quando falar da doença?
É importante entender que a forma de falar sobre a doença varia com a idade da criança.
Crianças mais novas precisam de uma explicação mais lúdica, simples e objetiva. Já as com mais de dez anos conseguem compreender explicações mais elaboradas.
Em ambos os casos, é importante que a criança entenda o que está acontecendo, sem que sejam contadas mentiras para elas.
Um exemplo é explicar que a pessoa tem uma doença chamada Alzheimer, em homenagem ao médico que descobriu a doença. Explique os sintomas do Alzheimer de forma simples, fale sobre as alterações esperadas no dia a dia . Diga que a doença faz com que o seu cérebro vá se esquecendo das coisas.
Lembre-se: nunca use termos pejorativos como “gagá”! É muito importante que a criança veja que seu avô não está louco, e que seu comportamento diferente é devido a uma doença.
Os adultos têm que ter em mente que a criança vai conseguir compreender! As crianças aprendem a falar, andar, escolher… Com certeza entenderão a doença e as mudanças no vovô ou na vovó.
Sempre responda às perguntas das crianças!
Se tem uma coisa que as crianças sempre fazem é perguntar! Elas querem compreender as coisas ao seu redor e confiam que o adulto vai falar a verdade. Portanto, sempre responda às perguntas dos pequenos!
Faça isso de forma simples, com uma linguagem fácil e compreensível. Porém, vá explicando aos poucos e com informações suportáveis que ela consiga assimilar.
Não fale tudo de uma vez, “jogando” as informações para os pequenos, pois pode ser demais para eles! A criança pode ficar confusa e não conseguir digerir as informações.
Não afaste a criança do paciente: as perdas são para os dois lados!
Evitar o contato entre a criança e a pessoa com Alzheimer pode ser prejudicial tanto para o paciente quanto para os pequenos!
É fundamental que a criança continue considerando o avô como parte importante da família. O fato de o avô ter Alzheimer não significa que a criança não possa passar um tempo com ela. Por mais que algumas coisas mudem, lembre à criança que continua sendo o seu avô, a mesma pessoa de antes.
Lembre ao pequeno que agora que o avô está doente precisa da sua presença mais do que nunca! Um abraço, um beijo e a tranqüilidade podem ser de grande ajuda!
O mais importante é explicar para a criança que o avô não deixou e nem deixará de amá-la, mesmo que em algum momento se esqueça seu nome. Mesmo que o idoso não consiga reconhecer o neto, seu amor e compreensão podem ser um grande conforto!
5 coisas do convívio com o doente de Azlheimer que a criança deve saber
- Ensine à criança que a pessoa com Alzheimer pode demorar a compreender o que a criança está dizendo, e isso faz parte da doença. Diga ao pequeno que ele deve dar tempo para que o paciente de Alzheimer sinta-se à vontade para pensar no que responder ou até não responder.
- Diga à criança que ela deve ter calma, não apressar o doente para que responda às perguntas feitas por ela ou compreenda as todas as informações.
- É importante que os pequenos estejam cientes das possíveis repetições. Algumas vezes as perguntas terão que ser repetidas para que o paciente compreenda, ou o idoso repetirá as respostas. Diga para a criança não se irritar, mas compreender.
- Algumas vezes o doente pode confundir palavras ou não conseguir se expressar. Ensine à criança que, caso isso aconteça, ela não deve achar engraçado, rir ou fazer piadas. O ideal é que ela trate a situação com naturalidade para não magoar ou constranger o idoso.
- Outra dica é sugerir aos pequenos que usem frases curtas e linguagem corporal para se expressar. Essas atitudes facilitam a compreensão do idoso com Alzheimer!
Lembre-se: crianças copiam o que vêem nos adultos
Se a criança vê que os adultos se empenham em oferecer muito carinho e amor ao avô, o neto fará a mesma coisa!
Se os adultos tratarem a situação com o máximo de naturalidade, a criança se sentirá mais segura e tranquila.
O amor e o carinho fazem com que enfrentar a doença seja mais leve!
Como as crianças podem ajudar?
A criança pode compartilhar com o paciente de Alzheimer tarefas simples como regar as plantas, jogar um jogo ou caminhar juntos. É importante que sejam atividades tranquilas e de fácil realização.
Uma dica é investir em atividades que envolvam repetição. A criança pode chamar o idoso para ver um álbum de fotografias com ele, ou ouvir músicas que o paciente goste e possa se recordar de situações.
É importante dizer aos pequenos que a pessoa com Alzheimer pode conseguir manter a concentração por apenas um curto período de tempo. Portanto, se repentinamente, o avô ou avó ficar ansioso ou distraído é melhor trocar de atividade.
Tome alguns cuidados
Embora seja muito importante a presença das crianças na vida do idoso, alguns cuidados devem ser tomados.
Por exemplo, se o neto desejar passear com o avô é melhor que um adulto os acompanhe. Pode acontecer do idoso se perder e a criança esquecer o caminho de casa. Dê preferência para passeios em família!
Lembre-se que o convívio deve ser seguro e tranquilo para ambas as partes!
Utilize materiais de apoio para explicar a doença
Uma forma lúdica de explicar o Alzheimer para as crianças é a utilização de livros educativos infantis. Um exemplo é o livro “Vovô super-herói”, de Fernando Aguzzoli, que já foi citado aqui no blog.
Recursos como esse ajudam a naturalizar a doença para as crianças, já que cria a identificação delas com as personagens!
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